sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Surge um centro exclusivo para população de rua

Em maio de 2008, um grupo de trabalho interministerial — instituído em 2006, com participação do Movimento Nacional de População de Rua (MNPR) e outros atores sociais — apresentou a Política Nacional para Inclusão Social da População em Situação de Rua.

O documento inclui uma descrição geral da população de rua no Brasil, diretrizes para a ação pública, e estratégias para uma agenda mínima em conjunto com a sociedade. Mas não mencionou formas concretas de aplicação das políticas.

A Política Nacional de Assistência Social, de 2004, havia definido brevemente os centros de referência de assistência social (CRAS), de caráter preventivo, e os centros de referência especializados, que atendem situações de violação de direitos (p. 29 e 32, respectivamente), mas também não especificava os tipos desses centros especializados.

Estes últimos ficaram conhecidos como CREAS e, em cidades maiores, ganharam "sobrenomes" específicos de acordo às situações atendidas: CREAS Mulher, CREAS Violência, CREAS Idoso e outros.

São nomes técnicos mas que aludem com clareza e sem conotações negativas aos problemas atendidos. Na fala popular brasileira, a sigla ficou com o E aberto (créias ou créas), pronunciado aqui no Rio Grande do Sul com o E fechado (crêas). Em Bagé, o acento deslocou-se para o A (crê-ás).

Foi em dezembro de 2009, com a Política Nacional para a População em Situação de Rua (v. Decreto nº 5073), que o governo deu um impulso maior à proteção especial para a população de rua, ainda não atendida oficialmente pelos CREAS.

Algumas cidades já contavam com esse serviço, criado por alguns governos municipais: Juiz de Fora (MG) criou o CREAS Pop-Rua em janeiro de 2009 (leia notícia) e São Leopoldo (RS) tinha desde 2005 o CREPAR, para população adulta de rua (veja definição).

O Conselho Federal de Psicologia já usava desde 2006 a sigla CREPOP: Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (veja nota). Portanto, ela não deveria ser usada na área da Assistência Social, para não levar a possíveis confusões.

Em maio de 2010, o governo federal destinou verbas permanentes para municípios grandes (de mais de 250 mil habitantes) que aceitassem aplicar as políticas públicas a este segmento mais fragilizado da população (veja notícia).

O projeto ficou oficialmente com o apelido de CREAS Pop, que se aplica indistintamente: ao serviço principal dado pelo centro (ações de atendimento), ao lugar físico (a casa sede do centro) e à estrutura administrativa do SUAS: o Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População em Situação de Rua.

Pelo menos uma dúzia de cidades brasileiras já inaugurou seu centro, sendo o prazo final de implementação até março de 2011. Pelo que sabemos de uma pesquisa rápida pela internet, Pelotas é a única cidade gaúcha em fase de criação do seu CREAS Pop-Rua, com sede própria (no Centro da cidade) mas ligado ainda à estrutura do único CREAS (localizado no bairro Cruzeiro).

Futuramente, talvez se assuma plenamente como um novo CREAS, dependendo do investimento da Prefeitura e do apoio da comunidade geral pelotense. Teria então seu logo, seu abrigo ou república (a Casa de Passagem ainda é independente do serviço à população de rua), seus padrinhos etc.
Imagens da web

4 comentários:

Anônimo disse...

quais as cidades que tem creas pop

Francisco Antônio Vidal disse...

A dúzia de cidades que achei pelo Google são as seguintes (mas os que têm CREAS Pop são 99, segundo notícia do MDS, em julho de 2010):

Araraquara (SP),
Cascavel (PR),
Florianópolis (SC),
Fortaleza (CE),
Guarulhos (SP),
Ilhéus (BA),
Mogi das Cruzes (SP),
Rio de Janeiro (RJ)
Ribeirão Preto (SP),
São Paulo (SP),
Vitória (ES),
Vitória da Conquista (BA).

Unknown disse...

olá pessoal, eu os parabenizo pelo CREAS POP, sou de Jaboatão (prox. a recife, e aqui também estamos implantando um, gostaria de mais informações sobre o seu centro,o projeto, como será o atendimento, principais atividades e o que puder ajudar na nossa empreitada, se possivel? meu e-mail adriano.opn@gmail.com
um abraço e bons trabalhos

Michelli B. Pedro disse...

Parabéns pelo trabalho que está sendo realizado o mesmo é tão necessário!!
Sou acadêmica de psicologia em Porto Velho/RO e estou fazendo minha tese de TCC sobre população de rua.
Se tiverem algum material complementar gostaria que me enviassem por e-mail: michellig12@hotmail.com
Desde já agradeço...
Sucesso!!!